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"Quando minhas mãos palidas deixarem cair a última caneta em um quarto barato, eles vão me achar lá, e nunca saberão meu nome minha intenção nem o valor da minha fuga" (Charles bukowski)

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Da poesia ao jogo

.Antes ele fora um gênio,agora era um bêbado Cansado e triste.Suas idéias se afogaram com a bebida.Uma garrafa de Jack daniel´s por noite,Vodka a tarde e uma dúzia de cervejas de manha.As coisas ocorreram sem previsão, Ele se formara com honras na melhor faculdade daquela merda de pais.Escreveu teses filosóficas que o tornaram conhecido por todo o mundo.Agora era um bêbado. Do que adiantara toda sua genialidade se agora ele não estava ao lado de seu amor? Ele se lembrava da descoberta que havia feito quando criança,uma tarde nas vésperas de seus 12 anos ,sentado no sofá da sala,ele abrira um exemplar de Willian Blake.Ficara encantado com seus versos e viu a verdade crua e escura ali.Percebeu então que os verdadeiros filósofos eram os poetas.Não os que se auto intitulavam como tal. resolveu passar seus pensamentos na poesia.nunca fora reconhecido.Formou-se em sociologia e filosofia, e após algumas teses se tornou famoso entre os intelectuais. Estava tudo completo , não seria lembrado como poeta ,mas como pensador.
. Ele observara pessoas vazias durante as festas dadas pela alta sociedade,Pessoas controladas como marionetes.Alienadas pelo desejo de vencer que na verdade significara nada,Todos haviam perdido.Éramos animais com roupas,nada mais.
.Ele se se encostou a um canto, e observou.Era o que fazia de melhor: observar. Daí saiam suas idéias.E mesmo assim, nada significavam.Ele era somente mais um espírito encarnado sem um pedaço,como todos ali.Bebia seu vinho e observava as mulheres em seus vestidos apertados.|Então ela foi até ele, calça jeans e sandálias, Sorriso único ,olhos castanhos,Ele sentiu suas pernas tremerem,nunca aconteceu antes.ela o olhou nos olhos e se aproximando cochichou em seu ouvido seu nome, ele não disse nada.Não conseguia dizer nada,estava paralisado.Ela sorriu e ambos deram uma volta ao redor do salão do casarão.Ela falava,ele escutava.NO fim da noite descobriu que ela era filha de Algum outro filosofo,mas que diferença fazia ? todos eram iguais!Antes de partir ela lhe deu seu telefone,e logo as coisas voltaram ao normal, Ele lecionava, ela viajava.Todas as noites ele ficava encarando o telefone ,se perguntando se devia ligar ou não. Por fim não ligou. Um ano se passou.
.Durante um sábado,enquanto ele xingava palavrões Devido a um corte que fizera no indicador com uma faca(tentou cortar uma cenoura)O telefone tocou.ele antedeu .Era ela.Seu coração disparou, suas pernas tremeram.”oi” dissera ela.”o-oi” respondera ele.A conversa durara 5 minutos,e marcaram de se ver num barzinho.Ela chegará lá cedo,com o dedo branco de esparadrapos.Ela já estava lá. Sentou-se ao seu lado.E ela
Continuava linda.O sorriso ainda mais Lindo. Ela falou ele ouviu.Ela a amava ,ela falava.A bebida descia.Beijos,casa dele.Sexo.Ela falou durante todo o sexo.E assim foi durante um ano. E nesse tempo descobriu uma coisa sobre a vida : seu sentido era simplesmente uma trepada com amor no fim de noite , As pessoas buscavam a religião, o trabalho entre outras coisas para buscar um sentido em suas vidas fúteis , mas aquele era o sentido: um trepada com amor.
.A descoberta o mudou.Parou de escrever sobre filosofia e dedicou-se a poesia.Parou de lecionar, o chamaram de louco. No fim de outro ano ela estava grávida.Ele falido.Não se ganhava mais dinheiro com poesia.Logo todo dinheiro que entrava ,ele descia em bebidas.Uma manha acordou e encontrou do seu lado na cama um bilhete.Ela partira e levava o filho.Ele resolveu isso com mais bebida.Por fim acabado, tentou lecionar novamente e voltar a filosofia.Conseguiu. escolas publicas são diferentes de faculdades.Ela voltara.Ele descobriu outra coisa:Ela preferia que ele a ouvisse. Quando ele falava , ela sempre respondia com bofetadas.O fracasso vem sorrateiramente,isso ele descobriu tarde demais.

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Um comentário:

Ícaro Carolli disse...

Cara, muito bom!
Já disse que curto muito teus contos, o Máquina de Escrever, achei ainda melhor. Sou leitor fiel daqui.