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"Quando minhas mãos palidas deixarem cair a última caneta em um quarto barato, eles vão me achar lá, e nunca saberão meu nome minha intenção nem o valor da minha fuga" (Charles bukowski)

terça-feira, 27 de março de 2007

Um dia vazio,uma igreja vazia.

.Resolvi ir a pé para o colégio,nada de mais só 8 quilômetros, comprei um maço de cigarros com o dinheiro da passagem e segui fumando,pensei em mulheres,pensei em meus poemas e pensei se devia ir mesmo para o colégio.Então resolvi ir para um bar,Entrei.Estava vazio, e eu somente com 10 centavos do dinheiro que havia sobrado da passagem.dei meu relógio de 45 reais para o barman e pedi uma garrafa de vodka, bebi metade dela no bar e virando a outra metade enquanto voltava,Céus!Meus passos entortavam,na metade do caminho parei em uma enorme mangueira e vomitei em sua raiz, um vomito sem cor,quase toda vodka que eu havia consumido saiu ,tudo bem..Tenho mais na garrafa. Encostei-Me em um muro cheio de buracos e logo me senti invadido pelo sono,”não vá dormir agora !não agora!.Céus! já estou dormindo.”Aquela rua estava vazia (Céus o dia todo havia sido vazio !),dormi até quase 23:30,enquanto dormia sonhei com um rapaz que me olhava de cima a baixo, ele vestia um terno italiano preto com listras vermelhas o cabelo estava penteado para traz seu rosto era idêntico ao meu, seus olhos totalmente negros."Quem é você?"

"Sou o seu refugio das correntes”

"Merda!que desgraça de correntes são essas?

"O cotidiano vazio e ambicioso que lhe cerca”

"e agora o que vem depois?"

"Isso"

.Ele colocou a mão em meu pescoço quase me enforcando ( Tinah uma força imensa) ,me levantou e olhou nos meus olhos ,então ele recitou um verso de Willan Blake: “Deixa que o vento do oeste

Adormeça sobre o lago

Fala em silencio com os teus

Luminosos olhos.”abriu minha boca e vomitou dentro dela um liquido vermelho que desceu minha garganta e tinha o gosto do melhor vinho que eu havia tomado em toda minha vida,logo senti um enjôo muito grande e acordei quase sufocado,encostei-me na mangueira e vomitei novamente,sentei na beirada da calçada, minha cabeça latejava,e uma grande sede se apoderou em mim, aquela estava sendo a pior ressaca que eu havia tido até aquele dia,fechei meus olhos e cobri meu rosto com minhas mãos,uma voz suave ecoava em minha mente "observe..observe..observe..".tentei outro gole da garrafa,mas voltei tudo em cima de uma fileira de formigas que trabalhavam carregando suas folhas a beira da calçada.Observei elas tentarem sais daquele líquido espumante e transparente que saiu de mim," esta vendo?" disse a voz em minha mente" do que adianta trabalhar em meio aos outros de sua sociedade carregando suas folhar para garantir seu futuro e perder seu presente? Se logo alguém maior pode vir e vomitar em você?” A voz suave tinha razão,merda!que vontade de fumar! Acendi um cigarro e fumei deitado na calçada, ninguém aparecera naquela rua desde que eu chegara ali, a voz havia se calado.Uma forte ventania começou as folhas caídas do chão foram arrastadas pelo vento, criando um lindo espetáculo de folhas dançantes,Fiquei maravilhado.

.Aquele espetáculo durou cerca de 5 minutos, quando terminou meu cigarro já estava queimado até a ponta do filtro,percebi atreves do relógio da torre de uma igreja na esquina que já eram quase meia noite,me levantei ,urinei na mangueira ,joguei num canto a garrafa de vodka ,peguei minha mochila e segui até a igreja.

.Quando cheguei em frente a igreja estava meio grogue ainda ,mas pude perceber todo seu esplendor, era realmente uma linda igreja branca com seu telhado triangular e suas três torres ,uma a direita,outra a esquerda e uma ao meio com um relógio e seus ponteiros.O portão estava fechado, e provavelmente trancado.Eu estava com sede e não havia por perto nenhum lugar aberto onde eu poderia arranjar água,então resolvi pula-lo e ver o que encontrava no interior da igreja.O portão era de grades, horizontais e verticais,eu o escalei facilmente até seu topo, naquele momento percebi a merda que fiz.O portão estava destrancado! Estava simplesmente encostado, eu não o checara,ela não balançara em nenhum momento enquanto eu subia,até eu passar para o lado de dentro e começar a descer.O portal balançou até bater no muro de dentro junto com minhas costas senti fortes fincadas nas costas e estremeci, minhas mãos ficaram fracas e não pude mais segurar as grades.senti meu corpo cair,naquele momento tudo ficou esclarecido, senti que o tempo avia parado.Senti-me leve,Mas tudo logo acabou-se um arrepio correu minha espinha e senti meu corpo cair em uma grande velocidade me virei enquanto caia e vi o chão marrom coberto de pedras se aproximar, consegui me virar rapidamente , pude ouvir em minha mente antes de tocar o chão a voz suave dizer “diga olá ao barqueiro” e logo uma um tombo desagradável ocorreu.

.Fiquei imóvel durante algum tempo, e então levantei-me,Meu braço direito doía muito, e eu tinha dificuldade para respirar.A idéia de observar a igreja se tornou ridícula naquele momento.Fui até a rua e segui até uma ponte em frente a igreja.O trem passava naquele momento fazendo um barulho estrondoso,havia algo em minha garganta que incomodava,cuspi.Era sangue.Dei uma risada e acendi um cigarro,minha cabeça voltara a doer, O relógio no auto da igreja apontava meia noite em ponto,As rua estava escura e eu sentia dores o suficiente para não conseguir voltar para casa.Resolvi então entrar na igreja,passei pelo portão ,apaguei o cigarro ,dei a volta e encontrei uma portinha de madeira nos fundos.Entrei.Não havia ninguém,(Mais um lugar vazio num dia vazio) , passei por algumas salas cheias de velas e entrei no salão principal.Vários bancos largos de madeira em duas fileiras e varias imagens de santos por todos os cantos.Vi uma vazilha com u mpouco de agua benta,me agachei e bebi tudo,as imagens me olhavam e eu as desprezava.Fui até o ultimo banco da fileira da esquerda e me deitei.Ali era calmo,me virei e adormeci.Não sonhei.Fui embora de manha com a pior ressaca que ja tinha tido.

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Um comentário:

Unknown disse...

DESGRAÇA...ta grande demais esses textos