Era um fardo
Quando eu andava sem direção
E descartava todos os rumos.
Era um fardo
Nas noites melancólicas
Onde os copos de uísque
Simplesmente desciam
E eu me recusava olhar
Para frente.
Era um fardo
Nas noites de reviravolta
Quando o vomito descia viscoso
E eu tentava expulsar meu vazio
Com ele descarga abaixo.
Era um fardo
E elas chegavam
Oferecendo-me uma entrada
Em suas vidas.
E eu dizia; "não"
Meu coração frio pertence
A outra.
Era um fardo
Quando o peso de minhas
Incerteza impedia
Que eu gritasse
E parasse de odiar
A falta de respostas.
Era um fardo
Quando o romântico
Dentro de min
Calava-se, e eu saia
Noite há fora
Esgueirando-me entre bares
Sozinho com
Minhas idéias esquecidas.
Era um fardo
Pensar nela constantemente
E saber que fui somente
Uma voz sem significado
No outro lado da linha.
Era um fardo
Quando nas manhas
De ressaca sem sentido
Eu acordava cansado
E me forçava a dar
Um leve sorriso.
Era um fardo
Quando via
No espelho
O poeta melancólico
Observador
Um romântico esquecido
Um viciado em
Novas lembranças.
Era um fardo
Sem peso
Sem choro
Sem alegria
Com leves doses
De sarcasmo
E arrogância.
E o pior castigo
Que eu possa ter
E me acostumar a ele
E ficar sozinho
Na escuridão do quarto
E perceber que me acostumei
A ela.
E o fardo se agrava
Quando acordo de manha
E me levanto forçadamente
Por que sei que
Não tenho a rosa
Ao meu lado.
Era incerto, era constante.
Mas era um fardo sem peso
Um fardo só meu...
Um comentário:
fatos e fardos , são sempre ligados? lendo tuas palavras lembre de um poema muito antigo, q escrevi enquanto chorava a descoberta de quem me tornei, nele eu dizia q minha unica certeza era uma duvida fria.... minha dúvida? se há EU? então q resta? não é? fatos q se transformam em fardos...simples assim
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